fbpx
Logo Dr jum

Lesão do Ombro SLAP

O SLAP, que significa lesão da porção superior do labrum da anterior para posterior, constitui umas das causas conhecidas de dor no ombro.

Essa lesão ocorre principalmente em paciente jovens, atletas (principalmente aqueles com movimentos do braço acima da cabeça como jogadores de vôlei) e trabalhadores manuais de meia idade. A lesão SLAP está presente em muitas pessoas sem gerar sintomas.

 

A etiologia da lesão SLAP é fruto de muita discussão. Uma das sugestões é a queda com o braço estendido levando a uma força de compressão no ombro. Outra opção seria a lesão por tração podendo ser por um puxão no braço ou em levantamento de pesos. Em pacientes de meia idade, trabalhadores braçais, existe a ideia da lesão degenerativa por sobreuso da articulação.

Anatomia do ombro

 

O SLAP é uma lesão no labrum da glenóide, na sua região mais superior. Essa lesão ocorre pois o tendão do bíceps se origina na região superior da glenóide, junto ao labrum. O bíceps gera uma tração na região da sua inserção em diversos movimentos do ombro, principalmente em situações em que o ombro está estendido (movimento de levar o braço para trás), ou então abduzido e rodado externo (posição de arremesso de uma bola ou atacar uma bola no vôlei).

Tendão do bíceps próximo ao labrum gerando o SLAP

Movimento de extensão do ombro

Posição de abdução e rotação externa do ombro

Avaliação da lesão SLAP

 

É importante primeiramente lembrar que dores no ombro podem ser de várias regiões ao mesmo tempo, ou seja, podem existir inflamações em regiões diferentes do ombro, gerando um quadro de dor. Segundo, é importante lembrar que grande parte de lesões do tipo SLAP não geram sintomas, ou seja, existe uma possibilidade de que a dor no ombro não seja da lesão SLAP mesmo que haja a lesão.

Algumas queixas são importantes ao pensar em SLAP: dor súbita no ombro, sensação de estalido ou travamento durante alguns movimentos, história de vários episódios de luxação do ombro, envolvimento em esportes profissionais, principalmente em esportes com movimento acima da cabeça (vôlei, beisebol).

Existem testes específicos para SLAP no exame físico, porém nenhum deles apresenta uma boa acurácia para o diagnóstico. É importante portanto que se realize um exame físico completo e que se relacione todos os achados do exame físico com a história clínica do paciente.

A ressonância magnética é o melhor exame de imagem para avaliar o SLAP, além de conseguir avaliar outros possíveis diagnósticos diferenciais ou concomitantes como lesão do manguito rotador, tendinopatia do bíceps ou patologias da articulação acromioclavicular. Nos casos de dores no ombro é interessante a utilização de exames de imagem para complementar a avaliação do paciente, pois como já foi dito, podem existir diversas causas concomitantes para um quadro de dor no ombro.

Ressonância do ombro sem SLAP
Imagem demonstrando a lesão do labrum junto à glenóide

Tratamento do SLAP

 

O tratamento do SLAP deve ser iniciado apenas em pacientes sintomáticos, lembrando que vários pacientes podem apresentar lesão na ressonância e serem assintomáticos, além de ser muito importante a avaliação se a dor realmente tem como causa a lesão SLAP ou se está relacionado aos outros diagnósticos que o paciente apresenta.

O tratamento deve ser iniciado sempre de maneira não cirúrgica, com analgésicos, gelo, repouso e mudança de atividades. A fisioterapia deve visar a melhora da biomecânica do ombro, ou seja, melhorar os músculos que estão prejudicando o movimento harmônico do ombro para diminuir a sobrecarga na articulação.

O tratamento cirúrgico deve ser considerado em casos em que o tratamento conservador não foi efetivo para melhora dos sintomas nas atividades de vida diária ou nos esportes.

Existem algumas formas de tratamento cirúrgico para o SLAP, que devem ser avaliadas caso a caso de acordo com a lesão e as características de cada paciente.

 

  • Desbridamento da lesão, ou seja, a retirada de tecido desvitalizado e inflamado;
  • Reparo da lesão do âncora. Cirurgia realizada com uso da artroscopia, em que se utiliza uma câmera e instrumentais para visualização da articulação do ombro. Nessa cirurgia é utilizado uma âncora na região superior da glenóide, que é um dispositivo que parece um parafuso, de onde saem fios de sutura. Com esses fios o labrum é amarrado em sua posição original, sendo uma opção interessante principalmente em pacientes jovens com instabilidade do ombro associada;
  • Tenotomia: cirurgia em que se libera o tendão do bíceps em sua origem, ou seja, corta-se o bíceps da sua inserção na glenóide, acabando com a tração do bíceps no labrum;
  • Tenodese: cirurgia para se reinserir o tendão do bíceps em outra região do úmero após sua tenotomia, sendo uma boa opção principalmente em lesões degenerativas em pacientes de meia idade ou então em casos de falha do reparo do SLAP.
Reparo do labum com âncoras por via artroscópica
 Ilustração da tenotomia do bíceps seguida da tenodese

Conclusão

 

As lesões SLAP geralmente não geram sintomas de dor no ombro, porém em atletas que realizam movimentos acima da cabeça ou trabalhadores braçais que utilizem muito o ombro para realizar atividades, a lesão pode gerar dores incapacitantes.

 

É importante que ocorra uma avaliação completa e precisa para que o diagnóstico não seja baseado apenas em alterações em exames de imagem.

Caso venha a apresentar dores no ombro, procure seu ortopedista!

Posts Recentes

slap-ombro-dr-jum-yamamoto-ortopedista-sp-d18d0cbf-1920w

Lesão do Ombro SLAP

O SLAP, que significa lesão da porção superior do labrum da anterior para posterior, constitui umas das causas conhecidas de dor no ombro. Essa lesão

artrose-do-ombro-dr-jum-yamamoto-especialista-em-ombro-sp-3bfc89a3-1920w

Artrose do Ombro

A osteoartrite, ou artrose, é a principal doença articular em todo o mundo, sendo que o ombro é a terceira causa entre elas, ficando atrás

musculo-manguito-rotator-dr-jum-yamamoto-especialista-ombro-b55aa789-1920w

Entenda a Tendinite Calcária

A tendinite calcárea é a calcificação dos tendões do manguito rotador, ocorrendo mais frequentemente em mulheres, na faixa etária entre 30 e 60 anos. Normalmente